Combate à desertificação e aos efeitos da seca avança com realização dos seminários estaduais de planejamento

8 de Abril de 2024 às 19:10

Cronograma cumpriu quatro, dos 10 encontros previstos. Próxima etapa acontece em Paulo Afonso-BA

Seminário PE

Grupo de Trabalho no Seminário em Serra Talhada (PE). Foto: Wellington Júnior

Com previsão de conclusão até setembro, o novo Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB), tem avançado com a realização dos seminários estaduais, lançados nos dias 30 e 31 de janeiro, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Até agora, foram realizados quatro, dos 10 encontros previstos no cronograma. A próxima etapa acontece no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Campus Paulo Afonso, nos dias 08 e 09 de abril.

O Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) está entre as instituições que integram a rede responsável pela construção do novo PAB. A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), através do Departamento de Combate à Desertificação, em colaboração com a Fundação Joaquim Nabuco, UFRPE, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e apoio das instituições locais que estão sediando cada seminário. Também estão previstos eventos regionais em São Paulo, Rio Grande do Sul e Amazonas.

Após a conclusão, o Plano deverá ser discutido no âmbito da Comissão Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Em seguida, será levado para apresentação e negociação na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 16), que acontece em dezembro, na Arábia Saudita.

Em Paulo Afonso, o  Governo da Bahia, através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), vai apresentar os principais projetos voltados para a preservação ambiental e a convivência sustentável com o clima semiárido, como o Programa de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE); o Água Doce, que estabelece uma política permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas; além do Monitor de Secas, rede de informações para melhorar a previsão e o alerta precoce de secas no Nordeste.

Seminário PE

Participantes do Seminário em Serra Talhada (PE). Foto: Wellington Júnior

Balanço

Para o pesquisador, doutor em Ciência e tecnologista do INSA/MCTI, Aldrin Perez, também coordenador geral do PAB, o processo está avançando com sucesso.  “O público está bem diversificado e abraçando o processo como gota de água acolhida no botão floral do mandacaru, ou no chão do sertão. Um balaio de soluções contextualizadas têm sido propostas, na luta contra a desertificação. Nos estados, o povo que nos acolhe, como um livro aberto, convidando-nos a ler e reescrever coletivamente, com muito diálogo, sentimentos e razões que se entrelaçam e dão significados contextualizados aos números que vão sendo apresentados”, detalhou.

Ele acrescentou que cada seminário tem sido único, mas com a premissa em comum de priorizar a participação de todos os setores da sociedade, sobretudo aqueles diretamente afetados pela desertificação. “Saímos de nossa zona de conforto e, ao mesmo tempo, encontramos juntos, caminhos diversos para a resistência e resiliência aos problemas, como violência no campo, conflitos, grilagem, que vêm sendo vivenciados na pele dos povos presentes nas áreas afetadas pelos processos de desertificação”, ressaltou.

Entre as ações propostas, destaque para a conservação da Caatinga, bioma afetado pelo processo de desertificação; a necessidade da construção coletiva de políticas públicas e de planos que embasam e direcionam governos e sociedade civil e a importância de se contemplar as experiências exitosas, baseadas no saber popular, aliando com as pesquisas desenvolvidas no ambiente acadêmico.

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